Perdoem-me o título francófono. A reentrada, o regresso, não têm o mesmo impacto que a palavra francesa que, segundo o dicionário Priberam* , é a "reabertura dos teatros no começo do ano dramático; nova aparição, após uma ausência, de um artista titular de um papel, ou reinício de atividades ou de funções de uma instituição, geralmente após férias (ex.: rentrée política, rentrée escolar)." É precisamente esta última aceção, e o último exemplo, entre parênteses, que nos interessa, ainda que a penúltima esteja na ordem do dia, com a aproximação das eleições legislativas já a 4 de outubro.
Os órgãos de comunicação social multiplicam as notícias que dão conta da abertura do ano letivo, dos libelos dos docentes, essencialmente dos não colocados, dos deslocados para os antípodas da sua residência e dos diretores que não conseguem dar resposta a diferentes situações que deveriam estar resolvidas há décadas (dedo na ferida nos sucessivos ministérios da educação) num país democrático e que, supostamente, coloca a tónica na educação. Coloca? Sem esgotar, de todo, a problemática, faça-se eco das questões levantadas pela FENPROF e que transitam do ano letivo transato e que revelam a escola ... que não queremos, porque a tónica educativa se centra, afinal, "na destruição de bases essenciais para um adequado exercício da profissão docente, através do aumento da precariedade, da desvalorização material e social da profissão docente, da supressão de postos de trabalho, mas igualmente pela alteração das condições de trabalho nas escolas, o que tem levado milhares de docentes a abandonarem precocemente a profissão, muitos passando à situação de aposentados com cortes relevantes no seu rendimento; na alteração profunda das condições de organização e funcionamento das escolas, decorrente de medidas que são absolutamente cegas no que respeita às suas consequências, e se orientam, apenas, por imperativos economicistas e no agravamento das condições de acesso e sucesso, devido a um evidente desinvestimento no sistema, não só ao nível do financiamento, como da rede e dos recursos"**
E que tal viajarmos até à Finlândia para vermos como se faz em educação?
** in, http://www.fenprof.pt/?aba=27&cat=226&doc=5560&mid=115