O primeiro período letivo já vai a meio. Nas escolas procede-se à avaliação intercalar. Nas bibliotecas já se comemorou o Dia Internacional da Biblioteca Escolar, um momento crucial para divulgação do recurso BE. E os livros começaram a sair das estantes.
A pouco e pouco, vamo-nos habituando ao ritmo do tempo chuvoso e frio. Começamos a sentar-nos à lareira com um livro na mão e deixamo-nos embrenhar nas histórias e vidas de outros. Para muitos, é tempo de reler algumas das referências literárias. A mão corre pelos livros, na estante, e o olhar fixa-se no romance Onde Está a Felicidade?, do grande Camilo ( Castelo Branco, leia-se). A releitura permite, à distância da idade da primeira leitura, perceber melhor os contornos do retrato da sociedade da época e, pelo atual contexto, entender melhor a importância do dinheiro e do estatuto como forma de promoção social. Brilhantemente, Camilo tece uma dura crítica à sociedade, onde as desigualdades são lei. Mas a história é, também, a procura da felicidade de Guilherme e Augusta, evidentemente, um rico e outro pobre.
Fecha-se o livro sobre o regaço e uma aura de tranquilidade e prazer aflora-nos. O conhecimento sobre outras épocas permite-nos compreender melhor aquela que hoje vivemos.
Esquecemo-nos, frequentemente, que os livros são demasiado importantes para serem esquecidos nas estantes de uma qualquer biblioteca.
Esquecemo-nos, fequentemente, que a leitura eleva os níveis de cultura e melhora os resultados dos alunos. Em todas as áreas disciplinares.
Esta reflexão sobre o prazer de ler pretende, apenas, evidenciar a importância da leitura na formação das crianças. Os hábitos mudaram . Vivemos a um ritmo que nos impede de parar um pouco. Para ler, para refletir. Retomemo-lo, como retomamos, por vezes, a leitura de um livro esquecido na estante. Que os nossos filhos nos vejam a ler. Para que os contagiemos com as nossas leituras e com os nossos hábitos. Chama-se, a isso, aprender. Promove-se, com isso, o sucesso das nossas crianças.